sábado, 12 de dezembro de 2009

O Cravo ou a Rosa

"O cravo saio ferido e a rosa despedaçada..."

Hoje eu sou flor, novamente flor. Mas muito pelo contrario, não sou mais a rosa, não me desfaço mais. Nada de ‘pétala por pétala’...Sou nada mais nada menos que o cravo vermelho marcando a pagina de um livro velho.

Estava pensativa, no ponto de ônibus... Haviam alguns rapazes meio alterados (bem bêbados) cantados musicas sertanejas, (aliás, nunca tinha escutado nenhuma delas) bem ali, perto de onde eu estava parada em pé. Olhei como quem não queria nada, e pra falar a verdade nada pensei. Apenas observei a cantoria.

De repente um moço negro e suado me abordou. Colocou em minhas mãos um cravo, um cravo vermelhinho... Desejou-me um feliz natal, um prospero ano novo e beijou minha mão esquerda.

Ai pensei... Como ele sabe o que sinto?... Como soube o que sou hoje?... Dei-me conta.

Parei de pensar na rosa, plena, bela e deprimente com suas pétalas caídas...Poética, mas triste, lembrada morte e vida, amor e rancor.Não sou mais rosa. Sou o cravo vermelho! Simples, bem mais simples. Só cravo. Sem pétalas pelo chão, menos suave e mais bravo, porém feliz. Vivo em sua cor, vivo em sua forma, vivo em seu desejo.

Um pouco ferido. Sim, com certeza... Mas não despedaçado. Hoje é dia de flor!

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