quinta-feira, 14 de abril de 2011

Traços Complexos­ ­


Vivo nesse mundo moderno
Onde tudo acontece rápido de mais
Quase tudo é moda aqui, ser maluca é moda
E nem a morte escapa da moda
Me reviro, me reprimo e depois espicho
"não vou me adaptar" a voz na minha mente sussurrou
Eu sempre quis, sempre me achei, sempre me acharam diferente
Não sei mais se mudo conforme o tempo,
Algumas coisas se agregam a mim outras eu repilo sem querer
Não sei como me portar em certas ocasiões, nem sei me expressar pra te dizer do meu desejo
Desejo fugir daqui pra bem longe,
onde nada do que fui me force a ser o que não quero
O cigarro que eu fumei, a roupa que eu perdi, o que eu disse naquela noite
NADA poderia me sufocar,
seria como se a Camila aqui de dentro desse umas lições a Camila aqui de fora.

Acho que sou uma decoradora de idéias...
Já que não posso regredir na inteligência, pego e me jogo com ela
Em queda-livre tudo parece bem mais simples, menor e mais rápido
Ser inquieta e quieta ao mesmo tempo não me cheira bem
É como uma festa na prisão, meu corpo me poda,
meus olhos são janelas de mim.

"Inquietante, interessante­ ­, cultural e muito intelectual­ ­"
Parece piegas mas não me sinto assim,
Sou uma gota nesse mar de gente, o que eu tenho pra te dar? É pouco
É meu,
pode e deve ser amargo, como foi tantas vezes,
Mesmo assim eu continuo disposta a te ouvir, me acumulo num canto e presto atenção na boca que meche,
Sem parar,
salivando porque gosta do que diz e espera encontrar-se com uma outra mesma língua molhada.

"Falta incentivo",
fico numa eterna solidão, esperando que me achem,
nesse emaranhado de coisas que montei em volta do que posso ser,
aqui só me deixo um dos olhos a mostra, só preciso dele de uma lente e um botão que dispare ao meu comando,
Na minha arte só tem lugar para um encontro,
mesmo que pra chegar nela tenha que me desconectar
no fundo eu
fico nua a meia luz.
A insegurança sempre me afoga!

"Repetir é gozar­ ­" e o amor tem dessas coisas,
o movimento é simples e justo,
adoramos nos encostrar e nos machucamos no caminho de volta,
mas sempre voltamos,
atrasados, descabidos e indesejados por outros.
Me faço de pálida, deixo que você me leve
ás bochechas rosadas
e caio como pétala da flor que jaz, sem força pra se reerguer,
já sem perfume, descolorida de medo, sem saber quando vai sentir-se bem de novo...